Os desafios da Advocacia Empresarial

O ano de 2015 começa com diversas incertezas, seja no cenário político, mas acima de tudo em relação às turbulências na economia. Sabemos como este ano começou, mas difícil saber como o mesmo vai terminar.

Para qualquer banca jurídica empresarial, acompanhar essa realidade é imprescindível. Os cenários macro e microeconômico, os rumos políticos e os desafios socioambientais atingem diariamente as médias e grandes empresas do Brasil, foco de atuação da maioria destes escritórios.

Em paralelo, uma revolução a olhos nus na atuação da advocacia empresarial vem ocorrendo e certamente quem não estiver apto a tais mudanças vai se perder ao longo do caminho.

A exigência de profissionais cada vez mais preparados – preparados aonde? – sujeitos a soluções diárias de conflitos e problemas; o valor da meritocracia, áreas jurídicas complexas e em constante mutação e a política de atendimento diferenciada. Ainda, o impacto e uso da tecnologia, o fluxo de informações a nível global e a guarda e armazenagem de informação dos clientes. E, no final da fila, a busca pela sanidade mental e física e a tal felicidade e realização profissional.

No vácuo deixado pelas instituições de ensino superior, surgem ainda de forma discreta as universidades corporativas que visam formar verdadeiros advogados na esfera empresarial, cujos valores do desafio e da meritocracia terão de virar cultura, afastando-os da tranquilidade e dos benefícios de um concurso público na área jurídica.

A AEJE – Associação dos Escritórios Jurídicos Empresariais começou a pautar em suas reuniões a busca de um selo de qualidade e diferenciação, cujo intuito é criar referência e atrair os melhores cérebros nesse novo cenário competitivo da advocacia.  Hoje não adianta o advogado ser apenas um grande advogado, conhecedor das leis, mas ele tem de possuir e desenvolver outras características como visão estratégica, conhecimento na área financeira e contábil, ter proximidade com área de recursos humanos e psicologia, falar em público, valorizar a apresentação pessoal, educação, ler tudo sobre o mercado, falar de duas a três línguas, praticar muito o atendimento pessoal (menos uso do e-mail) e quando tiver tempo advogar. As empresas, não todas, mas a maioria, valoriza mais o relatório de informações, status de processos e demandas no prazo, do que o próprio conteúdo. Discutir mudanças de rumo e diminuição efetiva de contingências. Inovação? Novas ideias e procedimentos?  Para quê!?  Num País que as ações na Justiça não param de crescer principalmente no mercado corporativo. A Regra é apenas se defender e administrar, torcendo para que seja um bom ano.

Além do mais esse é um papel de outras diretorias não a jurídica. Visão ultrapassada.  O Jurídico deve funcionar como ferramenta de gestão, centro de receitas e possuir protagonismo e visão global da operação!

Neste contexto, empresas, seus departamentos jurídicos internos e as bancas jurídicas devem estar mais próximos, estruturando uma agenda positiva para encararem de frente essas mudanças, cujo objetivo é colocar no cotidiano desta relação atividades, valores e desafios que realmente importam.

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