Este é o Mundo Real. E agora?

O mercado vem vivendo anos de pujança com as empresas se alavancando para atender a demanda, a qualquer custo. A famosa nova classe média, jargão que pelo visto, veio para ficar. Os últimos acontecimentos, a partir de outubro/11, principalmente a crise européia e o desaquecimento do mercado americano e até mesmo o chinês, mesmo que em menor escala, foi o suficiente para criar-se um clima de incertezas e se detectar o freio da economia, mesmo que de forma sazonal, como é o caso do mercado imobiliário.

O empresário, naturalmente, terá de voltar a se preocupar com controle de custos e ajustes a nova realidade. Os bancos já estão mais rígidos na análise de crédito e o custo financeiro de algumas operações de giro já aumentaram. Empresas sem controle e sem ajustes tombam.

A prática tem nos mostrado ao longo dos anos que as crises que afetam os indicadores macro, tais como o peso do dólar, diminuição das exportações e o encolhimento de mercados, por exemplo, atingem o dia-a-dia das empresas, geralmente seis meses depois, quando aumentam, por conseqüência, os pedidos de recuperação judicial e falência das empresas, que não se prepararam para o freio abrupto da economia. A lógica é simples: (1) falta de controle nos custos e grande alavancagem com os bancos; (2) diminuição da demanda; (3) aumento do custo do crédito de giro e empréstimos; (4) diminuição do faturamento; (5) não pagamento dos impostos e encargos trabalhistas; (6) não pagamento dos fornecedores; (7) falta de insumos e matéria prima; (8) desconfiança dos bancos e corte do crédito; (9) busca por factorings e agiotas, com custos muito maiores nas operações; (10) endividamento generalizado; (11) não pagamento dos salários e dispensas; (12) encolhimento da operação e morte por inanição.

Com algumas variações na ordem, a realidade segue o círculo natural da crise, que a maioria dos empresários não está preparada a suportar. Esse é o mundo real. E agora?