Advocacia Empresarial In Company

A advocacia empresarial vem passando por grandes transformações. Uma das estruturas que voltou a carga, nos últimos tempos, no seio das discussões do melhor modelo de relação entre escritórios jurídicos e seus clientes é a advocacia in company, quando as bancas jurídicas alocam seus profissionais dentro da própria empresa para exercer suas principais atividades na assessoria jurídica e condução das demandas existentes.

Em alguns casos, não em todos, sou a favor desse modelo de trabalho.  No modelo in company, cada caso é um caso.  Mas é imprescindível ter volume de demanda e necessidades de atividades que não podem efetivamente ser conduzidas a distância.

Trago a baila alguns pontos positivos do modelo de advocacia in company: cultura, proximidade e maior eficiência.

Os profissionais da banca jurídica passam a ter vivência contínua com os desafios e dificuldades da operação. Fortalecem-se as relações pessoais entre ambas empresas e seus times. Fica mais fácil detectar problemas e gargalos na operação do jurídico e que muitas vezes atingem outras áreas da operação. Como consequência, as soluções e ajustes são realizados de forma mais assertiva e em menor espaço de tempo.

Haverá nesse modelo um ambiente para se buscar o que chamo de uniformização de culturas. Tanto a empresa, como sua banca jurídica, vão trabalhar por objetivos comuns, conforme o planejamento estratégico definido. O pior cenário na relação entre empresa e banca jurídica é quando esta é vista apenas como mera prestadora de serviços, geradora de um centro único de despesas com burocracia, noticias ruins e condenações judiciais. Há, ainda, como vantagem, a diluição de custos dentro de toda a estrutura jurídica que o apoia e, por fim, a empresa ainda conta com serviços jurídicos amplos e a retaguarda de áreas jurídicas especificas, conforme a necessidade.

Na visão da banca jurídica, os profissionais in house acabam por trazer uma visão mais clara das demandas da empresa, levando ao núcleo estratégico do escritório informações relevantes que vão azeitar essa relação, principalmente com ações preventivas.

A banca jurídica, no entanto, deve ter o cuidado para que seus profissionais não se isolem na operação, se bitolando apenas nos problemas rotineiros e no mercado especifico de atuação. A pluralidade de áreas, pessoas e mercados que os escritórios atuam é o que oxigenam, qualificam e diferenciam a atuação desse profissional dentro da empresa.  Participar, portanto, dos programas de treinamento, qualificação, comitês, projetos e atividades sociais de sua banca jurídica é fundamental.