A Revolução e os Tributos

A pesada carga tributária incidente sobre o charque produzido no Rio Grande do Sul e a insatisfação dos produtores, que viam sua mercadoria perder competitividade, foi o estopim da Revolução Farroupilha.

Passados quase dois séculos a carga tributária brasileira, pesada, complexa e burocrata, permanece jogando contra a competitividade dos produtos nacionais. Dados apontam que as empresas brasileiras gastam, em média, 2600 horas por ano para cumprir obrigações fiscais. Ou seja, além de ter que arcar com o pagamento dos tributos, há o gasto para manter uma estrutura administrativa somente atender as formalidades exigidas pelos fiscos, sob pena da máquina de autos de infração impor-lhes pesadas multas.

Se o bravo Bento Gonçalves fosse empresário na época atual, ao deparar-se com essa situação, talvez até se mudasse diretamente para o Uruguai. Os bravos de hoje são os empresários que, mesmo com a situação tributária contemporânea, tentam ser competitivos.

Entre aquela época e a de hoje, o que mudou foi a forma de demonstrar insatisfação. Antes eram as armas, hoje é o voto. O governo imperial permanece impondo pesadas obrigações tributárias ao setor produtivo, atualmente não apenas sobre a produção oriunda da Província de São Pedro, mas de todo o Brasil. O que se lamenta é que nem todos são gaúchos!