Projeto testa energia eólica e solar em postes de Canoas

Em até 40 dias, a prefeitura de Canoas substituirá dois postes de iluminação pública comuns, localizados na BR-116, em frente à praça do avião, por equipamentos abastecidos por energia solar e eólica. O prefeito do município, Jairo Jorge, adianta que, se a experiência for bem-sucedida, ela poderá ser estendida pela rodovia e, futuramente, até mesmo para espaços públicos como praças.

O acordo de cooperação técnica do projeto-piloto, que terá duração de seis meses, foi assinado na tarde de ontem pela prefeitura e pelo Grupo Baram. Jorge destaca que a meta é utilizar uma tecnologia inovadora. Cada poste contará com quatro luminárias LED de 100 watts, instaladas a 18 metros de altura. O sistema ainda é composto por uma turbina eólica (popularmente conhecida como cata-vento), com capacidade para 3 mil watts, e um painel solar, para até 810 watts. A energia gerada pelos ventos e pelo sol é armazenada por baterias e depois usada na iluminação.

Os postes não precisam estar ligados à rede elétrica convencional. O gestor-executivo da Baram Energy, Geison Silva, informa que o banco de baterias garante a alimentação das estruturas por até cinco dias, em casos em que não haja vento ou sol. Essa solução também impede a queda de energia em situações de blecaute da rede comum. Se for do interesse da prefeitura fazer a conexão com a rede elétrica, o complexo pode enviar energia excedente para outras finalidades.

Conforme Silva, o sistema somado irá gerar para seu próprio consumo 724 kW/mês e, com isso, evitará a emissão, durante os seis meses de teste, de 4,44 toneladas de CO2. O prefeito Jairo Jorge ressalta a sustentabilidade da iniciativa. Ele afirma que, sendo aprovado o projeto-piloto, o objetivo será trocar 220 postes que estão ao longo da BR-116, dentro de Canoas. De acordo com a companhia, o investimento necessário para isso seria de aproximadamente R$ 3,5 milhões. O aporte traria retorno para a prefeitura em 14 anos, com a economia na iluminação pública da rodovia. Esses números poderão variar, dependendo das características dos sistemas a serem aproveitados. Com 12 anos de atuação no mercado da construção civil, o Grupo Baram possui parques industriais em Fortaleza e Sapucaia do Sul. Nesse último município, a companhia deve inaugurar, no segundo semestre, mais um complexo, que fará com que a empresa alcance 30 mil metros quadrados de fábrica para atender à produção de equipamentos como balancins elétricos, minigruas, máquina para acabamento de parede etc.

O empreendimento está sendo concebido levando em conta conceitos de menor impacto ambiental como o reaproveitamento da água da chuva, com reservatórios, microgeração de energia, com uma torre de energia eólica, microusina de reciclagem, entre outras. Silva comenta que serão investidos cerca de R$ 16 milhões no projeto.