Os advogados continuarão existindo?

O mercado jurídico ganhou novas dinâmicas nos últimos anos. Em uma sociedade moderna e cada vez mais conectada, o advogado deve entender o business do cliente, performar em equipe e inovar a sua entrega utilizando a tecnologia. O crescimento exponencial das informações no meio digital cria uma dificuldade crescente na busca e no cruzamento das informações relevantes para as necessidades profissionais. Basta ver que existem mais de 100 milhões de processos em tramitação nos 90 tribunais brasileiros.

Nesse contexto, podemos tomar como referências os ganhos de processo obtidos com as transformações provocadas pelas revoluções industriais: a primeira marcou a transição da produção manual à mecanizada; a segunda incorporou a eletricidade e permitiu a manufatura em massa; a terceira trouxe a eletrônica, a TI e as telecomunicações. Agora, com a Indústria 4.0, as tecnologias são utilizadas para qualificar o processo de produção com a transformação digital.

O profissional deve buscar inspiração nessas mudanças para otimizar sua atividade profissional – deixando de ser um artesão no exercício do direito para atuar como parte de equipes interdisciplinares que alcancem soluções qualitativas com mais agilidade. Os advogados que vencerão no amanhã utilizarão tecnologia de ponta para melhorar os resultados e aprimorar procedimentos. Saber analisar o mercado e buscar as ferramentas que garantam um diferencial é a chave para o sucesso.

É fundamental que se preserve o papel do advogado, evidenciando um fato: nenhuma tecnologia será melhor para atuar em defesa dos interesses de outra pessoa.

Por mais avanços que ocorram, traçar estratégias a partir da análise de informações coletadas, sintetizar as ideias, elaborar argumentos e expressá-los com qualidade em documentos jurídicos ou sustentações orais sempre dependerão do cérebro humano.

Eduardo Gross

Consultor do escritório Scalzilli Althaus

eduardo.gross@scaadvocia.com.br