Nova corrida pelo ouro

De acordo com um novo relatório do World Gold Council, os americanos estão “com fome” de ouro. No terceiro trimestre deste ano, a demanda pelo metal amarelo no varejo do país cresceu 200% em relação ao ano anterior, chegando a 32,7 toneladas.

Já a demanda global por moedas e barras de ouro aumentou 26% no mesmo período.

Conforme o grupo, o apetite pelo investimento em ouro sinaliza um nível que não era visto desde a crise financeira global. O ouro se valoriza em momentos de incerteza por ser um recurso físico limitado no mundo, com chances remotas de perder valor.

Segundo a CNN, a Casa da Moeda Americana viu as vendas de moedas de ouro subirem para cerca de 400.000 onças (uma onça equivale a 28,35 gramas) no último trimestre, o nível mais alto em mais de cinco anos.

Analistas do setor atribuiram a procura dos norte-americanos por ouro a dois fatores principais: o preço mais barato do metal e as turbulências nos mercados financeiros.

Em julho, segundo a rede americana, a cotação da onça do ouro ficou abaixo de $ 1.100 pela primeira vez em cinco anos.

“Aparentemente, muitas pessoas decidiram que era uma oportunidade boa demais para deixar passar. O ouro foi a pechincha da vez. Não há nenhuma dúvida sobre isso”, disse à CNN Bob Alderman, diretor de gestão global da Gold Bullion International.

Depois dos EUA, o segundo maior aumento na demanda por ouro veio da China, onde a procura saltou 70% no terceiro trimestre, atingindo 52 toneladas.

Segundo analistas daInvestmentu, a demanda em alta na China também teve relação com dois fatores: a desvalorização do yuan e a “montanha-russa no mercado acionário chinêsque fez investidores correrem para abrigar sua riqueza” buscando investimentos mais seguros.

Na Europa, o aumento foi de 35% no trimestre, motivado por acontecimentos que, segundo a consultoria, reforçam a apreensão dos investidores: o euro caindo, uma economia vacilante e a maior crise de refugiados desde a Segunda Guerra.  

Já na Índia, a procura por ouro subiu para 268 mil toneladas no terceiro trimestre, um crescimento de 13% sobre o ano passado.  Por lá, muita gente também resolveu estocar ouro aproveitando a baixa na cotação do metal.