12 mar Justiça bloqueia bens de grupo dono da Parmalat e da Daslu
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em conjunto com o Ministério Público Federal, ajuizou uma medida cautelar contra a Laep Investments, dona da Parmalat no Brasil e da Daslu, por danos causados aos investidores e ao mercado como um todo, informou o órgão na quarta-feira. Dentre os pedidos, há a quebra do sigilo fiscal e a indisponibilidade dos bens controlador da Laep. A ação foi ajuizada no dia 28 de fevereiro.
Para a CVM, há indícios de infrações a normas que regem o mercado e operação de fusão da empresa com a Prosperity Oberseas, de Bermudas. Além disso, o órgão também requeriu o impedimento de transferência de participações societárias ou por quotas de sociedade para a Laep. Procurados pelo Terra, representantes da empresa não foram encontrados para comentar o assunto.
A empresa anunciou em fevereiro a saída do então presidente Marcus Elias, mas não esclareceu os motivos de sua retirada. Elias foi substituído pelo executivo Luiz Cesar Fernandes, um dos fundadores do banco Pactual.
No mesmo mês, a LBR – fusão das empresas Bom Gosto e Leitbom, que fabrica os produtos da Parmalat no Brasil – entrou com processo de recuperação judicial, já que possui uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão e dificuldades de geração de caixa. No final de janeiro, a Laep aprovou uma emissão de ações, citando a urgência em obter recursos diante da situação financeira da sociedade.
A Laep é uma companhia que investe em empresas em difícil situação financeira. Quando assumiu a Parmalat, a dívida total da empresa de laticínios era superior a R$ 2 bilhões.