19 abr Honda planeja investir em energia eólica no Estado
A montadora Honda escolheu o Rio Grande do Sul para realizar um investimento na área de energia eólica. O projeto será executado em Xangri-Lá, no Litoral Norte do Estado, e deve ser anunciado, de forma oficial, na próxima sexta-feira. Sem entrar em detalhes sobre o valor a ser aportado e como a iniciativa será conduzida, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Mauro Knijnik, abordou o tema na reunião de ontem do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (CDES-RS).
Na ocasião, Knijnik destacou a iniciativa como um exemplo de investimento em novas tecnologias, nicho que o Estado pretende apostar cada vez mais. Além disso, o secretário definiu que o projeto da Honda confirma “a retomada do diálogo entre o Rio Grande do Sul e as multinacionais.” Procurado pelo Jornal do Comércio após a reunião, o secretário não quis detalhar o investimento. A companhia, por meio de sua assessoria de imprensa, também preferiu não se manifestar neste momento.
A prefeitura de Xangri-Lá, igualmente por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou as negociações com a Honda, mas disse que o projeto ainda está “em banho-maria”. Por isso, o prefeito do município, Cilon da Silveira, só irá falar após a confirmação definitiva da empresa. O objetivo é não criar expectativas sobre o aporte.
Apesar de o investimento vir à tona na reunião do CDES-RS, o foco do encontro eram os gargalos logísticos para o transporte de cargas e que interferem na competitividade dos produtos gaúchos. A reunião havia sido solicitada pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs). “Esperamos que obras saiam do papel e virem realidade. O custo logístico do Rio Grande do Sul é muito caro, chegando a 18% do PIB”, aponta o presidente da entidade, Heitor Müller. De acordo com o dirigente, esse percentual está acima da média nacional (entre 15% e 17%) e fica longe do praticado em países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (9%).
Na ocasião, os dirigentes do setor produtivo apresentaram ao poder público o projeto Sul Competitivo, lançado em agosto do ano passado. Feita pelas federações das indústrias dos três estados da região, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a iniciativa levantou uma série de obras em diferentes modais, como ferrovias, hidrovias e rodovias, necessárias para atender à demanda de transporte prevista até 2020.
Ao todo, 42 projetos de infraestrutura beneficiariam especificamente o Rio Grande do Sul, totalizando um investimento aproximado de R$ 18 bilhões. Grande parte das proposições envolvem vias federais, algumas delas até já começaram a ser executadas. Por isso, o coordenador do conselho de infraestrutura da Fiergs, Ricardo Portella, pediu a ajuda do governo do Estado para ajudar a destravar em Brasília algumas situações que estão em andamento. “Em questão de infraestrutura, nós estamos atrás de muitos estados. Temos 12 mil quilômetros de estradas pavimentadas, enquanto o Paraná tem 22 mil. Se formos nos comparar com São Paulo, aí é um desastre”, menciona.
Mesmo com a preocupação com a atual situação logística do Estado, Portella acredita que, nos últimos anos, houve pontos positivos. Ele elogiou uma série de inciativas do governo federal no Estado, principalmente as obras ligadas ao Programa de Aceleração do Investimento (PAC). “O PAC é uma realidade. Com o programa, o Estado conseguiu sair de um patamar de investimento anual de R$ 100 milhões para quase R$ 2 bilhões”, aponta.