Empresa fecha frigorífico instalado em Mato Grosso

Frigorífico do grupo Arantes localizado no extremo Norte de Mato Grosso suspendeu as atividades novamente na sexta-feira (18). Identificado como Brasfri, a planta industrial instalada no município de Nova Monte Verde era a única mantida em funcionamento pelo grupo no Estado, desde que a empresa entrou em recuperação judicial, em 2009. Outra unidade mantida em Pontes e Lacerda está paralisada desde então.

Com a decisão, motivada por dificuldades econômicas, 289 trabalhadores foram demitidos. Advogado da empresa, Paulo Sequine, explica que os custos de operação da indústria tornaram a atividade inviável economicamente, que estava trabalhando com 50% da capacidade ociosa. No local era possível abater 15 mil animais por mês, mas o volume de abates mensal não estava passando de 7,7 mil bovinos. “O preço atual da arroba do boi gordo, do frete e a falta de mão de obra qualificada prejudicou o fluxo financeiro da empresa”. Advogado acrescentou que todos os funcionários desligados serão pagos integralmente nos próximos 10 dias.

Por estar em processo de recuperação judicial, a planta frigorífica não pode ser vendida e não há previsão para retornar às atividades. Além desta unidade, o grupo mantém outras 5 indústrias nos estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo, sendo que apenas neste último eram mantidas operantes. Unidade do Arantes em Nova Monte Verde era habilitada com Serviço de Inspeção Federal (SIF) e agora as exportações de carne adquirida no extremo Norte do Estado devem ficar concentradas pela planta do JBS em Alta Floresta.

No município ainda há outras duas indústrias habilitadas com Serviço de Inspeção Estadual (Sise), segundo informações do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado de Mato Grosso (Sindifrigo-MT). Diretor da entidade, Paulo Belincanta, explica que a demanda pela carne bovina, tanto no mercado interno quanto internacional, dificulta a manutenção das empresas do setor e deve reduzir os preços da arroba do boi a curto prazo.

Recuperação judicial – Dívida total do grupo com credores alcança R$ 120 milhões e está sendo quitada, segundo o advogado da empresa.