Por que as empresas não crescem?

Veículos: Jornal do Comércio

Data publicação: 20/01/2020

 

Está no DNA das boas empresas proporcionar um ambiente colaborativo, incentivando ideias inovadoras e potencializando os talentos para vencerem os desafios do cotidiano. Como cada profissional age ou reage frente às adversidades? O quanto busca com determinação aquilo que lhe é proposto? E, principalmente, o quanto se sente conectado? Perceber tudo isso é uma maneira de identificar perfis distintos entre si.
Com pessoas encaixadas e determinadas, conseguimos desenvolver o amadurecimento. Aos poucos, elas vão adquirindo algumas competências e descartando outras. É papel dos líderes ajudar cada um a olhar para si e fazer um autodiagnóstico – reconhecendo suas fraquezas e encontrando novas maneiras para crescer. Nesse contexto, é essencial descobrir como o profissional se conecta com a empresa. A partir disso, podemos investir em habilidades e competências ao longo da caminhada escolhida por ele. E, assim, todos nós evoluímos.
O profissional deve desenvolver a accountability, adquirindo mentalidade de dono de seu negócio. Precisa se responsabilizar por suas tarefas, atuando como condutor de seu desenvolvimento e com a consciência de que é responsável pela conquista – ou pelo fracasso -de seus projetos. É quase matemático: com maior autonomia e engajamento, são gerados resultados mais expressivos.
Qual o melhor sentido que uma empresa deve tomar para conquistar o que deseja? Iniciemos com a re-significação dos papéis a serem desempenhados. É necessário trabalhar com um ponto principal e que merece total atenção, em especial das lideranças: a cultura organizacional. O conjunto de valores influenciará na contenção e atração de bons profissionais, assim como na produtividade.
Conseguir engajar a equipe em uma cultura de resultados constitui um grande desafio. Por isso, é essencial desenvolver o equilíbrio entre a orientação para resultado e a orientação para as pessoas. A empresa precisa trabalhar esses elementos de forma que seus objetivos sejam claros, em um ambiente onde os profissionais gostam de estar, com ciclos constantes de feedbacks e promovendo espaços para a qualificação.
A falta de cultura inviabiliza qualquer negócio. Afinal, é através dela que replicamos nossa essência. Quando os modelos são engessados, a rotina é desprezada, os valores são colocados de lado e há um descuido com as entregas, as empresas simplesmente não conseguem crescer. Agora, se os princípios são trabalhados da forma correta, conseguimos enxergar claramente os profissionais que se destacam por sua performance. Com acompanhamento constante e olhar voltado ao alinhamento entre os valores individuais e os institucionais, identificamos os colaboradores que demonstram paixão pelo que fazem e que se sentem os protagonistas pelo seu sucesso.
Os integrantes da equipe têm de construir um legado e se sentir bem em trabalhar na empresa. O engajamento inicia justamente quando entendemos que as atitudes são fundamentais para atingirmos nosso propósito. As lideranças devem ser incentivadas, buscando a qualificação da imagem que transmitem. Para isso, os gestores precisam estar atentos ao aculturamento dos profissionais, à forma como se expressam e à postura que adotam. Tudo comunica, para o bem ou para o mal.
Nas boas organizações, o terreno para o crescimento pessoal e profissional sempre é fértil. Com empenho e determinação, cada um de nós nos tornamos donos de nossas escolhas. Por isso, não perdemos tempo nos lamentando. Pelo contrário: nos dedicamos a priorizar as ações para chegar aonde realmente queremos.
Cassiane Rubbo
Gerente de pessoas do escritório Scalzilli Althaus e psicóloga