Crise mundial amplia números de falência e de recuperações judiciais no País

Sem alarde, a crise da Zona do Euro começa a dar sinalização mais forte em números da economia brasileira. Como exemplo, os dados de recuperação judicial requerida, que tiveram forte avanço no primeiro semestre, e de pedidos de falências. Nos seis primeiros meses do ano, houve o registro de 975 pedidos de falências em todo o país, segundo o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações. Tal número é superior ao apresentado no mesmo período do ano passado, 877 requerimentos. Do total d primeiro semestre, 529 foram de micro e pequenas empresas, 286 de médias e 160 de grandes.

O Indicador constata também aumento no número de pedidos de recuperação judicial, o que evidencia as dificuldades que as empresas estão enfrentando. Neste ano, até junho, houve 395 requerimentos, ao passo que nos seis primeiros meses de 2011 foram 239 pedidos.

Dos 395 requerimentos de recuperação judicial verificados no primeiro semestre de 2012, 202 foram de micro e pequenas empresas, 129 de médias e 64 de grandes.

Economistas da Serasa Experian apontam um conjunto de fatores como determinantes para o aumento dos pedidos de falências das empresas brasileiras: a maior percepção do risco na economia e o minguante crédito externo, como consequências da crise europeia; a baixa atividade econômica, com o consumo dependendo da redução do endividamento do consumidor; o crédito doméstico mais seletivo, mantendo o capital de giro caro; a alta inadimplência das empresas e dos consumidores, que afetam o fluxo de caixa e, por fim, a desvalorização do real como reflexo da crise, que aumenta o endividamento externo das empresas em outras divisas.[3]

Importante notar que as empresas em dificuldades, em razão dessa conjuntura não favorável, estão em recuperação judicial, o que abre a perspectiva de melhora financeira. Já as falências decretadas, que representam o pior quadro, que é o encerramento das atividades de uma empresa, também aumentaram Porém, por ser objeto de avaliação judicial, a estatística apresentada se refere a conjunturas passadas. As falências requeridas, por sua vez, continuam sendo utilizadas como pressão de cobrança.