Carvão voltará aos debates e projetos eólicos continuarão crescendo

Se a tendência para a energia eólica, uma fonte renovável, é de continuar aumentando sua participação na matriz energética nacional, o carvão, um combustível fóssil, espera voltar a ser uma opção para o incremento da geração de energia no País. Este último recurso conta como vantagem a sua disponibilidade estável em qualquer período do ano (diferentemente dos ventos e da hidreletricidade), porém, como obstáculo, o fato de causar um maior impacto ambiental.

O coordenador do grupo temático de energia da Fiergs, Carlos Faria, ressalta que o setor do carvão aguarda a cada ano a sua volta às disputas de leilões de energia. Ele recorda que há projetos termelétricos licenciados, prontos para concorrer nesses certames. “Talvez, se as equipes de planejamento do segmento elétrico dentro do governo adotarem a visão de descentralizar um pouco a geração, o carvão possa entrar na disputa.”

Por outro lado, o dirigente acredita que a energia eólica continuará elevando sua participação na matriz energética brasileira. “É uma fonte que pode e deve crescer, mas é preciso ficar claro que é uma energia alternativa, não se pode contar com ela 100%”, defende Faria. A presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Melo, admite que o último leilão de energia, realizado em 14 de dezembro, foi decepcionante quanto ao preço (R$ 87,94 por MWh) e ao volume eólico (281,9 MW de potência instalada) comercializado. No entanto, ela ressalta que se mantém a expectativa otimista para 2013. A dirigente argumenta que a desaceleração da economia em 2012 refletiu-se também na questão do consumo de energia. “Como esperamos a retomada da economia para o próximo ano, deve aumentar a demanda de energia”, projeta Elbia. A ABEEólica, para 2013, estima a retomada do crescimento do PIB nacional, em torno de 4%.