Banca preocupada com falência dos centros comerciais. Troika atenta

De acordo com Rui Alpalhão, administrador da Fundbox, uma gestora de fundos imobiliários com mais de 400 milhões de euros em carteira, há já centros comerciais nesta situação, como é o caso dos Vivaci, propriedade da construtora de Braga FDO, que pediu insolvência em fevereiro.

Em causa estão, principalmente, centros comerciais ou retail parks “de gama mais baixa”, ou seja, espaços com menos visitantes, mal localizados ou em áreas onde já há muita oferta, ou que têm um mau mix de lojas e, consequentemente, rendas mais baixas ou períodos de carência maiores.

Além disso, diz Rui Alpalhão, o facto de haver centros comerciais alocados em fundos imobiliários partilhados por vários investidores pode ainda contribuir mais para que os bancos fiquem com estes ativos. No entanto, fonte do sector bancário garante que “os bancos têm tentado resolver estes problemas como todos os demais”, nomeadamente por via de dações em pagamento.

“Quando baixa a rentabilidade do ativo”, sublinha Rui Alpalhão, “os investidores querem sair dos fundos mas não querem vender a desconto porque têm níveis de endividamento elevados, o que quer dizer que, na prática, o banco é que é o investidor”. O problema, de acordo com este responsável, é que “os bancos estão pouco apetrechados para tratar do assunto, porque é preciso haver um gestor de propriedade que evite que as lojas fechem e tenho algumas dúvidas da capacidade dos bancos”.