Autoestradas espanholas abrem falência

Conforme noticia o Jornal de Negócios, a concessionária da autoestrada que liga Madrid a Toledo, participada pelo BES e pela Mota-Engil, é a primeira a pedir falência. Governo espanhol quer pôr contribuintes espanhóis a salvar o setor, que conta com um buraco financeiro de cerca de 4000 milhões de euros. Artigo |5 Julho, 2012 – 18:46

O pedido de falência terá sido entregue pela concessionária voluntariamente junto do Supremo Tribunal de Justiça de Albacete, segundo adianta o Jornal de Negócios, que sublinha que esta “foi a primeira de um setor crítico a colapsar”.

Na origem deste pedido estará uma dívida bancária na ordem dos 380 milhões de euros e uma dívida aos proprietários dos terrenos expropriados que ascende a 150 milhões de euros.

O estado critico vivido atualmente por esta concessionária é explicado pelo aumento dos investimentos, pelo elevado custo associado às expropriações e pela acentuada quebra de fluxo, sendo que a autoestrada regista, neste momento, apenas 6% das previsões iniciais de tráfego. A construção de uma autoestrada estatal, não sujeita a portagens, perto do local também terá contribuído, segundo fonte próxima da concessionária, citada pelo Jornal de Negócios, para a degradação da sua situação económica. Os encargos financeiros anuais da concessionária, de 20 milhões de euros, já ultrapassam largamente as receitas obtidas pela concessionária.

Governo espanhol estuda nacionalização das autoestradas madrilenas

Segundo noticia o diário económico espanhol Cinco Días, o Ministério do Fomento espanhol (encarregue do setor das Infraestruturas – Comunicações, Transportes e Obras Públicas) está a estudar várias possibilidades para salvar o setor.

Na mesa está a possibilidade de nacionalizar as autoestradas madrilenas que estão em risco de falência. Estas autoestradas passariam a ficar sob o controlo da sociedade pública Seittsa, que assumiria a sua dívida, de cerca de 4000 milhões de euros. O Cinco Días adianta ainda que o ministério está a estudar a implementação de portagens nas autoestradas estatais, de forma a fazer face à dívida e a assegurar a manutenção das infraestruturas que neste momento se encontram em risco de falência, entre as quais as quatro radiais e a M-12 (acesso ao Aeroporto Madrid-Barajas).

As autoestradas que passariam a ser portajadas e as autoestradas nacionalizadas passariam a fazer parte de um sistema integrado denominado Estradas de Madrid. As verbas arrecadadas seriam utilizadas para assegurar a manutenção das vias e a liquidação da dívida herdada.

Estão a ser ainda discutidas outras possibilidades, entre as quais o aumento do preço do combustível, com vista a arrecadar verbas para assegurar o pagamento da dívida.

No final de junho, o governo espanhol terá anunciado um novo financiamento ao setor de 290 milhões de euros. A ministra Ana Pastor sublinhou que as autoestradas portajadas se encontram numa situação “insustentável” devido à diminuição do tráfego e ao aumento do custo das expropriações, de quase 175%.