Após duas quedas, dólar volta a fechar em alta e inicia outubro a 4 reais

O cenário político voltou a empurrar o dólar para cima nessa quinta-feira, depois do alívio na sessão anterior. O adiamento da avaliação dos vetos à chamada pauta-bomba pelo Congresso, a expectativa sobre a reforma ministerial e o avanço das investigações de políticos envolvidos na Operação Lava-Jato ampliaram o ceticismo sobre a aprovação de medidas fiscais e provocaram alta nos juros futuros.

Após ter começado o dia em queda, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, inverteu a tendência pela manhã e fechou o dia com valorização de 1,24% sobre o real, para 4,006 reais na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, avançou 1%, a 4,004 reais. O dólar turismo fechou a 3,93 reais na compra e a 4,11 reais na venda.

“A reforma ministerial e as notícias em relação à investigação de Eduardo Cunha [presidente da Câmara dos Deputados] na Suíça deixaram o mercado em alerta, em compasso de espera. Ele é um dos principais críticos ao governo”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Impasse

Analistas avaliam que, apesar do esforço da presidenta Dilma Rousseff para dar mais espaço ao PMDB no comando de ministérios, as investigações de políticos da oposição podem complicar a negociação do governo com o Congresso. O impasse amplia a chance de o País ter sua nota de crédito cortada por outra agência de classificação de risco além da Standard & Poor’s, que retirou o selo de bom pagador que atribuía ao Brasil.