Apesar de mau resultado da indústria, desemprego recua em 2014

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,5% no quarto trimestre de 2014, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados nesta terça-feira, 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é maior do que o verificado em igual trimestre de 2013, quando a taxa de desemprego foi de 6,2%. Mas inferior à taxa do terceiro trimestre de 2014, de 6,8%. Já a taxa média de desemprego no ano de 2014 foi de 6,8%, contra um resultado de 7,1% em 2013.

A população desocupada no total do Brasil somava 6,5 milhões de pessoas no quarto trimestre de 2014, montante menor que o verificado no trimestre imediatamente anterior, quando totalizava 6,7 milhões de indivíduos. No entanto, no quarto trimestre de 2013, a população desocupada havia somado 6,1 milhões de pessoas.

Os dados sobre a população ocupada mostram que 92,9 milhões de pessoas tinham alguma ocupação no quarto trimestre de 2014, contra os 92,3 milhões verificados no trimestre imediatamente anterior. No quarto trimestre de 2013, a população ocupada somava 91,9 milhões de pessoas.

Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar uma taxa de desocupação com periodicidade trimestral para todo o território nacional. A nova pesquisa tem por objetivo substituir a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrange apenas seis regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.

Emprego na indústria em 2014 recua pelo terceiro ano seguido, diz IBGE

O emprego na indústria avançou 0,4% na passagem de novembro para dezembro de 2014, na série livre de influências sazonais, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado interrompeu uma sequência de oito taxas negativas consecutivas, mas foi insuficiente para reverter a tendência do ano. Com isso, o emprego industrial acumulou uma queda de 3,2% em 2014. Com o resultado de 2014 o emprego na indústria registrou seu terceiro ano seguido de queda. Em 2014, o pessoal ocupado assalariado recuou 3,2% em relação ao ano anterior. O resultado sucede quedas de 1,1% em 2013 e de 1,4% em 2012. Além disso, o desempenho do ano passado foi o pior desde 2009, quando o emprego diminuiu 5,0% no total da indústria brasileira.
 

Na comparação do mês de dezembro com dezembro de 2013, o emprego industrial apontou uma queda de 4,0%. Trata-se do 39º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação. Segundo o IBGE, foram registradas reduções no contingente de trabalhadores em todos os 14 locais pesquisados, com destaque para São Paulo (-4,7%), que teve o recuo mais intenso nesta comparação.

Já no ano de 2014, na comparação com 2013, a indústria paulista viu seu contingente de trabalhadores encolher 4,3%. O ritmo de demissões em São Paulo superou a média nacional no período. Ao todo, 13 dos 14 locais pesquisados pelo órgão registraram redução no pessoal ocupado em 2014, segundo o IBGE.

Além de São Paulo, também tiveram reduções intensas Rio Grande do Sul (-4,2%), Paraná (-4,2%), Minas Gerais (-2,8%), Região Nordeste (-2,1%), Rio de Janeiro (-2,8%) e Região Norte e Centro-Oeste (-1,7%). A única influência positiva veio de Pernambuco, ainda que pequena: a alta foi de apenas 0,1%.

Setorialmente, a redução de pessoal ocupado atingiu 17 dos 18 ramos avaliados em dezembro ante igual mês de 2013, com destaque para as pressões negativas vindas de meios de transporte (-7,4%), produtos de metal (-9,0%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-8,4%), máquinas e equipamentos (-5,5%).