Região tem 73% de expansão nos requerimentos de falência

O número de pedidos de falência de empresas no Grande ABC subiu 73% no primeiro trimestre. Entre janeiro e março de 2011, houve 22 requerimentos. Neste ano, foram 38 registros. Dadas as suas proporcionalidades, os dados da região foram piores do que o resultado nacional. No País, houve 449 pedidos de falência no primeiro trimestre. Mas o crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior atingiu apenas 2,74%.

As informações sobre o Grande ABC são de levantamento exclusivo da Serasa Experian, que também apresentou os resultados nacionais. E a representatividade da região no resultado do País foi relevante, com 8,6% do total de pedidos de falência.

Diadema é a cidade responsável pelo maior número de pedidos de falência da região. Foram 14 requerimentos, alta de 133% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Em seguida aparece São Bernardo, com nove pedidos e queda de 10% na relação dos períodos, e Mauá, com sete registros – em 2011, não tinha nenhum.

O número de recuperações judiciais foi inferior, com cinco registros. Mas entre janeiro e março de 2011, a Serasa captou só dois pedidos. No resultado nacional, o maior número de requerimentos são para pequenas e micro empresas. Segundo a pesquisa, esse grupo teve 253 pedidos no País.

Para chegar a essa posição, a situação da companhia é muito grave. Não restam recursos para que ela honre suas dívidas financeiras ou trabalhistas. E muitas vezes até os bens são escassos a ponto de não darem conta de compensarem os débitos em atraso. O pedido de falência, no entanto, não significa que a empresa já quebrou. Se dentro do prazo determinado por lei ela conseguir honrar a dívida, a falência não é decretada.

José Luis Lopez, especialista em salvar empresas da falência da Action Coach, explicou que o principal motivo que leva as micro e pequenas companhias ao pedido de falência é a falta de conhecimento especializado de gestão dos empresários. «Elas normalmente têm muito conhecimento técnico sobre a produção de suas empresas. Mas falta conhecimento em gestão, finanças, administração em geral», explicou Lopez. Ele disse que a falta dessa qualificação em gestão é muito comum nas MPEs. «E não é exclusividade do Brasil. Ocorre em toda a América Latina e até nos países muito desenvolvidos», esclareceu.

O especialista destacou que o crédito, muitas vezes, só complica a situação. «Eles assumem mais dívidas e acabam se enrolando e acelerando o processo de pedido de falência».