Petróleo é o centro das atenções no primeiro dia de encontros do Fórum Econômico Mundial em Davos

Se no início da recente crise nos preços do petróleo o mantra repetido era o do “mais baixo por mais tempo” e depois passou a ser “mais baixo por ainda mais tempo”. Agora, os executivos do petróleo estão começando a falar em Davos (Suíça) sobre um novo cenário de pesadelo: “muito mais baixo por muito mais tempo”.

Na quarta-feira, tanto o barril do petróleo tipo Brent, referência internacional, quanto o do WTI, que é parâmetro para o mercado norte-americano, eram negociados em queda. Na mínima do dia, o Brent chegou a ser cotado a menos de 28 dólares.

No primeiro dia do Fórum Econômico Mundial na cidade suíça, executivos do setor de petróleo, legisladores e representantes de bancos disseram que uma recuperação dos preços da commodity ainda deve continuar muito incerta em 2016 enquanto os grandes produtores continuarem com a extração, e o apetite da China por combustível não aumentar. Eles também temem outro golpe forte na cotação do barril quando o petróleo iraniano voltar de fato ao mercado.

“É o terceiro ano seguido que temos mais oferta que demanda”, disse Fatih Birol, diretor executivo da Agência Internacional de Energia. “Não vejo qualquer razão pela qual teremos um aumento surpresa nos preços em 2016”, completou. “As coisas não vão melhorar até que os mercados tenham passado pelo ‘choque de oferta’”, opinou Tony Hayward, diretor gerente da Glencore. (AG)