Mobilização da Europa para evitar falência da Grécia é destaque na imprensa francesa

A Grécia nunca esteve tão próxima de uma falência, estima o jornal econômico Les Echos que circula nesta quinta-feira ao analisar a repercussão e as consequências do resultado das eleições legislativas. O recado das urnas no último domingo foi claro, diz o jornal ao se referir ao sucesso dos partidos radicais que receberam votação expressiva ao recusarem as medidas de austeridades previstas no segundo plano de ajuda financeira ao país.

Caso as autoridades gregas insistam em querer renegociar as condições previstas para Atenas receber o novo pacote , o FMI poderá retirar seu apoio do plano, avisa o Les Echos. Os europeus, no entanto, deram um sinal positivo ao confirmar uma nova parcela de empréstimo esta semana, mas são poucos os que apoiam um alívio nas medidas exigidas para os gregos, afirma o jornal.

A perspectiva de uma saída da Grécia da zona do euro fez de novo os mercados tremerem, lembra o Les Echos ao citar a reação dos investidores que fizeram, por exemplo, a bolsa de Madri fechar ontem em seu nível mais baixo dos últimos 9 anos.

Em editorial o Le Figaro lança a mesma pergunta que incomoda os europeus: se a Grécia se recusar a cumprir os compromissos exigidos para sanear suas contas públicas, o país deve sair da zona do euro? A hipótese seria catastrófica para os gregos e criaria um cenário perigoso para a Europa com um provável efeito contagioso, sugere o jornal coservador. Menos de 48 horas depois de eleito, o novo presidente francês, François Hollande, vai deixar sua postura confortável de observador para enfrentar o complexo quebra-cabeça grego, escreve Le Figaro.

O Libération informa que vários dirigentes europeus estão alarmados com o impasse econômico e contam com a França para relançar o crescimento no bloco. O jornal lembra que depois de esnobarem o candidato socialista, vários líderes querem se encontrar com o novo presidente francês para discutir uma saída para a crise.