Indústria forte é uma solução para o país crescer

O secretário do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Carlos Gadelha, disse nesta terça-feira (15) que o fortalecimento da indústria é parte da solução para a economia do país voltar a crescer. “O Brasil precisa ter uma indústria forte. Existem dados robustos que ligam a participação da indústria com a taxa de crescimento do PIB [Produto Interno Bruto, que é a soma de toda riqueza do país]”.

De acordo com Gadelha, a indústria puxa serviços de alto valor agregado, o que é “determinante e importante” para a taxa de crescimento das exportações, para pagamento de melhores salários e atenua a vulnerabilidade externa frente a produtos homogêneos como as commodities.

O secretário defendeu também o ajuste fiscal como essencial na retomada do crescimento. “O ajuste fiscal é uma condição essencial para o desenvolvimento, e o desenvolvimento é essencial para a sustentabilidade a longo prazo da saúde fiscal brasileira”, afirmou durante palestra na sessão especial do Fórum Nacional, no Rio de Janeiro.

De acordo com Gadelha, o padrão de desenvolvimento, baseado no fator investimento e inovação tem que ser o caminho para atingir os objetivos de crescimento sustentado do país. Quanto ao câmbio, disse, após a palestra, que a taxa está chegando ao equilíbrio que reflete as condições da economia e os preços relativos internacionais.

Estados Unidos

O secretário falou ainda sobre os acordos comerciais com os Estados. “Que isto venha casado com uma política industrial envolvendo também, da parte dos EUA, crescentes processos de transferência de tecnologia e de contribuição para nosso adensamento produtivo”.

Gadelha assegurou que a abertura comercial não tem qualquer aspecto de natureza geopolítico e, ao mesmo tempo, precisa ser pactuada como nos acordos comerciais. “Para que a gente tenha o tempo necessário de aprendizado e o ganho mútuo, tanto para os Estados Unidos como para o Brasil”. Sobre a União Europeia, ele disse que o “esforço está sendo imenso”. “Tem que haver também via de mão dupla, onde estamos ampliando, e vamos oferecer a nossa oferta até o fim do ano junto com o Mercosul”.

No caso dos europeus, Gadelha defendeu que os acordos tenham também uma visão aberta, por exemplo, com o setor agrícola. “Nas relações internacionais têm que ter um jogo de ganha-ganha, e ninguém pode entrar apenas de ingênuo nas negociações”, afirmou.

O secretário disse que existe uma tendência de reversão do déficit comercial, mas não quis arriscar como será o fechamento do ano. “Não me atreveria dar um número preciso neste momento, mas hoje as exportações entraram no radar das empresas brasileiras de forma muito mais importante do que era há um ano”.