Hora trabalhada de mecânico já custa o dobro da de médico

A evolução da tecnologia nos carros está exigindo profissionais cada vez mais preparados para a manutenção.

De acordo com o Cesvi (centro de segurança viária), o número médio de componentes eletrônicos em um sedã médio passou de oito, em 2002, para 21, neste ano.

“A tecnologia proporciona conforto, segurança e economia de combustível, mas é preciso saber lidar com ela na hora do reparo”, diz Almir Fernandes da Costa, diretor de operações do Cesvi.

Segundo o Sindirepa-SP (sindicato da indústria de reparação de veículos) um mecânico recebe, em média, R$ 88 por hora. O valor dobra quando o profissional é especialista em injeção eletrônica.

Em alguns casos, é mais do que recebe um médico, por exemplo. Segundo a pesquisa Bolsa de Salários, do Datafolha, um clínico geral ganha, em média, R$ 45 por hora.

“A remuneração dos médicos está defasada há anos e na rede pública o salário é ainda menor”, diz João Paulo Cechinel, diretor do Simesp (sindicato dos médicos).

A APM (Associação Paulista de Medicina) diz que planos de saúde pagam cerca de R$ 35 por consulta médica.

Para Gilberto Martinez de Oliveira, gerente de pós-venda da concessionária Sorana, o mecânico, hoje, não pode só mexer com graxa. “Precisa entender de mecatrônica e saber operar aparelhos de diagnóstico computadorizados.”

Na equipe de Oliveira, além de profissionais com cursos técnicos tradicionais, há dois com curso superior -um deles foi promovido a consultor técnico depois de concluir a pós-graduação.