Governo prevê inflação de 8,2%, dólar a R$ 3,21 e PIB de -0,9% neste ano

A inflação neste ano deve ser de 8,2%, muito acima da meta oficial. O dólar deve fechar em R$ 3,21. O PIB (todas as riquezas produzidas no país) pode recuar 0,9%.

As previsões são do próprio governo e constam na proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, apresentada na quarta-feira (15) pelo Ministério do Planejamento. A LDO define recursos e gastos do país.

Os 8,2% de inflação representam quase o dobro da meta do governo de 4,5% ao ano. E ainda ficam bem acima do limite máximo de 6,5%. A meta de inflação tem limites bastante flexíveis. O número principal (4,5%) é chamado de centro da meta. Há uma tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima. Ou seja, a meta vai de 2,5% a 6,5% de inflação ao ano.

No mês passado, o Banco Central havia previsto que a inflação neste ano terminaria perto de 8%.

Outras previsões são de que a taxa básica de juros (Selic) deve encerrar o ano em 13,25% (atualmente está em 12,75%). Em 2016, o PIB deve crescer 1,3%. O dólar deve terminar 2016 em R$ 3,30.

Segundo o projeto de LDO, espera-se um recuo da inflação em 2016: 5,6%. Também no fim do ano que vem o governo prevê juros menores: 11,50%.

Todas essas estimativas do governo, conforme disse a assessoria de imprensa, são feitas com base em previsões de mercado.

O governo fixou em R$ 126,73 bilhões a meta de 2016 para o superavit primário (economia do governo para pagar juros da dívida pública). Esse valor corresponde a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).

No início de dezembro, o agora ministro da Fazenda, Joaquim Levy, havia anunciado que a meta de superavit primário para 2015 era de 1,2% do PIB e nos anos de 2016 e 2017 esse aperto seria mais forte, chegando a 2% do PIB.

Dos R$ 126,73 bilhões que devem ser economizados, R$ 104,55 bilhões (1,65% do PIB) são de responsabilidade do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) e R$ 22,18 bilhões (0,35% do PIB) dos governos estaduais e municipais. A contribuição das estatais federais é zero.