França teria o maior prejuízo com saída da Grécia da zona do euro

O governo francês detém 63 bilhões de euros em títulos da dívida soberana de Atenas, enquanto os bancos franceses possuem 37 bilhões de euros de dívidas de empresas gregas não financeiras. Se a Grécia declarar falência e decidir abandonar o euro, a Europa pagaria caro. Os contribuintes europeus detêm quase 291 bilhões de euros da dívida pública de Atenas.

A luz vermelha já acendeu para o banco Crédit Agricole. Quarta maior instituição financeira da França, o Crédit Agricole perdeu 5 bilhões de euros desde que comprou a filial Emporiki, na Grécia, em 2006. Os dirigentes do Crédit Agricole cometeram um erro estratégico investindo em filiais na Itália, Espanha e Portugal, e agora enfrentam uma tempestade na bolsa de valores.

O preço unitário da ação do Crédit Agricole caiu ontem abaixo de 3 euros na bolsa de Paris, o valor mais baixo desde a fundação do banco. Em 2006, o Crédit Agricole chegou a pesar 47 bilhões de euros na bolsa e hoje vale apenas 7,5 bilhões de euros.

Os diretores do Crédit Agricole dizem que não há risco de falência, mas o presidente do banco, Jean-Paul Chifflet, enfrentou um ambiente nervoso na assembleia de acionistas realizada terça-feira em Paris. Chifflet foi acusado de empurrar o Crédit Agricole para a falência, como aconteceu com o banco Dexia. Sua gestão à frente da instituição é considerada desastrosa pelos acionistas, que reclamam compensações.