FGV: Condições do mercado de trabalho vão piorar nos próximos meses

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) apurado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que as condições do mercado de trabalho devem piorar nos próximos meses por causa da deterioração da economia do país. O índice recuou 3,4% em setembro, ante agosto, e chegou a 62 pontos, o menor nível da série, iniciada em junho de 2008.

Outro indicador, o Coincidente de Desemprego (ICD), que apura as condições atuais do mercado, aumentou 3,5%, depois de recuar 1,4% em agosto. Com o resultado, o índice alcançou 92,6 pontos, o maior nível desde novembro de 2007, quando foi de 93,9 pontos, sugerindo aumento da taxa de desemprego no mês. A série histórica do ICD foi iniciada em novembro de 2005.

“O IAEmp de setembro piorou em todas as dimensões captadas pelas sondagens, tanto da indústria e dos serviços quanto do lado do consumidor, indicando que a deterioração da economia é generalizada e, portanto, a piora do emprego deve perdurar nos próximos meses”, afirmou, em nota, Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da FGV/Ibre.

Os indicadores que mais contribuíram para a forte queda do IAEmp em setembro foram os que mensuram a situação atual dos negócios para os próximos seis meses, no setor de serviços, e a situação corrente da empresa, no setor da indústria, com quedas de 5,6% e de 4,1%, respectivamente.

Em relação ao ICD, as classes que mais contribuíram para a alta do indicador no mês foram as duas extremas: de um lado, os consumidores com renda mensal até R$ 2.100,00, onde houve alta de 3,2%; do outro, a dos que possuem renda superior a R$ 9.600,00, com elevação de 5%.