Energia Eólica no Rio Grande do Sul – Boas perspectivas de investimentos

O vento sempre foi um dos elementos característicos mais marcantes do Rio Grande do Sul. Chamado de Minuano, é frio e cortante. O gaúcho se habituou a ele e com ele aprendeu a conviver. Pois atualmente, o gaúcho se habituou a ver o vento também como fonte de renda, e fator de desenvolvimento.

Os projetos de geração de energia elétrica a partir dos ventos (eólicos) estabelecidos no RS, e habilitados pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE para participarem no Leilão A-3/2014 , que será disputado no próximo dia 06 de Junho, representam 2.155MW (Megawatts), divididos em 98 projetos . Em valores aproximados, estamos falamos em R$ 8.5 bilhões em investimentos.

Em termos nacionais, o nordeste brasileiro sempre foi um concorrente severo na disputa pelos investimentos em projetos eólicos. A qualidade superior dos ventos sempre foi um diferencial. Mas, recentemente, com problemas de transmissão/conexão e saturação das áreas, o cenário modificou-se e atingimos o equilíbrio de forças.

E não são só os bons ventos que garantem tantos projetos no Estado do RS. Fatores relacionados à qualidade da infraestrutura de transmissão de energia (leia-se: linhas de transmissão e pontos de conexão – Subestações) e condicionantes facilitadoras para construção dos parques (disponibilidade de mão de obra qualificada, áreas planas e logística de acesso rodoviário na sua maior parte), transformaram o pampa gaúcho em um canteiro de obras.

Segundo dados da ABEEólica , a capacidade eólica instalada no RS é de 528MW, e, em instalação, mais 1.444,1MW. Isso significa quase 1000 aerogeradores transformando energia dos ventos em energia renovável e renda para proprietários de terras na metade sul do Estado.

O RS já conta com o maior complexo eólico da América Latina. Localizado nas cidades de Santa Vitória do Palmar e Chuí, o Campos Neutrais, da Eletrosul, reúne três grandes parques: Geribatu, Chuí e Hermenegildo. Em conjunto, o complexo soma 583MW de capacidade instalada, o suficiente para abastecer uma cidade com 3,4 milhões habitantes.

Ainda em construção, o complexo tem números impressionantes: são quase 5.000 empregos diretos e indiretos e um investimento estimado de R$ 2.7 bilhões na instalação de 300 aerogeradores, segundo dados da própria Eletrosul.

Essa energia toda chega até nós por uma linha de transmissão de 500 quilômetros de extensão que está sendo construída entre Santa Vitória do Palmar e Nova Santa Rita.

Com estes dados, o RS avança como referência no desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Seja pelo desenvolvimento e nacionalização progressiva da cadeia de suprimentos, aproveitando-se da hidrovia da Lagoa dos Patos e da infraestrutura estabelecidas para os Pólos Navais de Rio Grande e Charqueadas/Guaíba, que geram empregos qualificados e divisas para o Estado. Seja pelo aumento na oferta de energia limpa, já que o RS gera em seu território menos da metade da energia que consome, o que é um risco para o abastecimento da indústria local.

A natureza agradece e, em tempos de crise energética, famílias, setores agrícolas e a indústria também.