Crise no Brasil é um dos maiores riscos internacionais em 2016, diz Eurasia

A crise política e econômica no Brasil está entre os dez maiores riscos para o cenário internacional em 2016. O alerta é da consultoria Eurasia Group que, nesta segunda-feira, publica seu ranking dos elementos de maior risco para o mundo no ano. O Brasil está na oitava posição.

«A presidente Dilma Rousseff está lutando por sua sobrevivência política e a crise política e econômica deve piorar em 2016», alertou a entidade. Para a consultoria, as apostas de que haja uma solução não devem ser vistas com otimismo. «A batalha sobre o impeachment de Rousseff não deve colocar fim ao impasse político atual», apontou o grupo, um dos maiores do mundo em termos de análise de risco político.

«Se ela sobreviver, seu governo não ganhará a força política necessária para fazer avançar as reformas econômicas que o país precisa para lidar com seu déficit fiscal cada vez maior», indicou. «Se Rousseff cair, o governo liderado pelo vice-presidente Michel Temer não fará muito melhor».

A consultoria também aponta para o impacto da Operação Lava Jato. «A presidente vai continuar vulnerável ao caso de corrupção Lava Jato», disse. «Isso deve revelar novas evidências de irregularidades dentro de seu partido, o PT, que podem também levar a novos pedidos por seu impeachment».

Para a Eurasia, o destino de Dilma pode ser definido ainda mais rápido se «seu mentor e ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sentir a pressão das investigações e se virar contra a agenda de reforma de Rousseff». Na avaliação do grupo, se Dilma continuar no poder, ela será «uma presidente cada vez mais cativa de elementos radicais de seu partido», em conflito com o Congresso e que podem levar a uma «paralisia política».