Comitês de Auditoria ganham força

Na esteira do aumento das fraudes corporativas, a área de análise de riscos das empresas passaram a ter cada vez mais importância. Nesta nova realidade, o Comitê de Auditoria, que possuía como função genuína supervisionar e fiscalizar o relatório financeiro das companhias, tem ampliado suas funções e influência nas grandes corporações que querem evitar escândalos e descontroles como o da Petrobrás.  Fabrício Scalzilli, sócio da Scalzilli fmv Advogados & Associados, que participa de Conselho de algumas empresas e é membro do IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, ressalta que a nova realidade de mercado que engloba informação em tempo real, desafios sociais, ambientais e de mobilidade urbana, além de vários escândalos corporativos a nível mundial e uma crise financeira de longo prazo no Brasil, tem mudado a tônica das estruturas diretivas das companhias, principalmente em matéria de controle e risco.  No Brasil, marcos regulatórios, aperto a corrupção, responsabilidade ambiental e segurança cibernética são alguns itens que devem pautar essas mudanças nos próximos anos.  Nos Estados Unidos, a SEC – Security Exchange Commission, equivalente a CVM americana está estruturando novas regras para os comitês de auditoria ampliarem e darem mais transparência as suas atividades, inclusive possibilitando analisar e receber queixas e denúncias contra a corporação e seus colaboradores. Scalzilli ressalta que este novo cenário terá de delimitar as reais funções deste importante comitê, para que sua finalidade e essência não sejam desvirtuadas. Riscos e controle interno envolvem uma complexidade inimaginável de procedimentos e áreas dentro de uma grande companhia e nem tudo pode ficar a cargo do Comitê de Auditoria, salienta Scalzilli.  Se assim não for, faltará gente qualificada em outras áreas estratégicas da corporação.”