Bundesbank: Grécia terá de enfrentar as consequências se decidir rasgar acordo com a troika

O Bundesbank, o banco central da Alemanha, avisou a Grécia que tem de estar preparada para lidar com as consequências das suas decisões.

“[A Grécia] está a ameaçar a continuação dos pagamentos da ajuda. A Grécia terá de enfrentar as consequências de tal decisão”, indica a entidade de Frankfurt no seu relatório mensal, referindo-se aos argumentos, por exemplo, da segunda força política mais votada nas eleições de 6 de Maio, a Coligação da Esquerda Radical (Syriza) para a rejeição das actuais condições do plano de resgate a Atenas.

Para o Bundesbank, contudo, essa posição não apresenta riscos fatais para a região. Nem para a Alemanha: “Os desafios para a Zona Euro e para a Alemanha seriam significativos, mas passíveis de serem geridos, com a ajuda de uma prudente gestão de crise”.
A instituição liderada por Jens Weidmann assinala, no relatório citado pela agência Bloomberg, que a “actual situação na Grécia é extremamente preocupante”.

Tal como os líderes alemães têm defendido, a melhoria das condições do pacote de resgate não poderá tornar-se uma realidade.

“Uma diluição significativa dos actuais acordos iria danificar a confiança em todos os acordos e tratados da Zona Euro e enfraquecer, significativamente, os incentivos para as reformas nacionais”, salientou o banco alemão, citado pela Reuters.

Ainda assim, a entidade germânica lança críticas a Atenas se decidir mesmo suspender as medidas acordadas. “Ao dar uma ampla liquidez para a Grécia, o Eurosistema acreditava na implementação dos programas e, daí, assumiu riscos consideráveis”, cita a agência Bloomberg. O Bundesbank acredita que, “à luz da actual situação”, esses riscos não devem, agora, ser aumentados.

Numa entrevista em meados de Maio, Weidmann afirmou que a Grécia deveria cumprir as medidas e as reformas acordadas no pacote de resgate para que pudesse continuar a receber a ajuda financeira.