Áreas da Bacia de Pelotas deverão ser leiloadas pela ANP no início de outubro

A Bacia de Pelotas, que compreende aproximadamente 210 mil quilômetros quadrados e se estende do Sul de Santa Catarina até a fronteira com o Uruguai, abrangendo toda a costa do Rio Grande do Sul, terá blocos participando da 13ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que está prevista para ocorrer em 7 e 8 de outubro. Dessa bacia, serão ofertados 51 blocos marítimos, que somam 18.685,19 quilômetros quadrados.

No total do certame, serão ofertados 266 blocos exploratórios que atingem uma área de 125.034,09 quilômetros quadrados. Serão 182 localizados nas bacias terrestres do Amazonas, Parnaíba, Recôncavo e Potiguar e 84 nas bacias marítimas de Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Espírito Santo, Campos, Camamu-Almada e Pelotas. Serão disponibilizadas ainda 11 áreas inativas com acumulações marginais nas bacias do Recôncavo, Tucano Sul, Paraná, Barreirinhas, Potiguar e Espírito Santo, totalizando 58,4 quilômetros quadrados.

O coordenador do Comitê de Competitividade em Petróleo, Gás, Naval e Offshore da Fiergs, Marcus Coester, acredita que alguns blocos da Bacia de Pelotas podem ser arrematados no próximo leilão. Isso ocorrendo, a empresa vencedora terá direito a fazer perfurações de poços para verificar se há jazidas de petróleo ou gás natural na região. Tendo êxito nessa empreitada, o próximo passo é a exploração desses recursos.

Algumas companhias produtoras de petróleo sugeriram à ANP o ingresso da área no certame. «Principalmente, devido à semelhança com a Bacia do Uruguai, onde há empresas operando, como é o caso da Total (petrolífera francesa).» Entre outros fatores que indicam potencial na Bacia de Pelotas, está a descoberta de petróleo na Namíbia. Como antes da separação dos continentes africano e americano o território desse país era próximo ao que é hoje o Rio Grande do Sul, é plausível supor que, havendo atualmente petróleo nessa nação, também terá na Costa gaúcha. Outra pista são algumas ocorrências de manchas de óleo no mar, que não teriam sido oriundas de navios petroleiros, e a presença de rochas porosas, que servem de reservatório para o petróleo.

Coester admite que as dificuldades da economia e a operação Lava Jato podem ter impacto negativo no leilão, mas não acredita que esse reflexo será intenso. Outro ponto é o preço do barril do petróleo. Para os investidores, argumenta, seria mais interessante um valor superior aos US$ 50.