Aprovada a recuperação judicial da Industrial Pagé

A Industrial Pagé, uma das maiores empresas de equipamentos para armazenagem de grãos do país, e a Angelgres Cerâmica, ambas com sede em Santa Catarina e pertencentes aos mesmos acionistas, tiveram seus pedidos de recuperação judicial aprovados na segunda-feira.

As empresas têm prazo de 60 dias para apresentarem um plano de pagamento de passivos a seus credores. O valor da dívida das duas companhias é de cerca de R$ 120 milhões, segundo Luis Alberto Paiva, sócio-diretor da Corporate Consulting, responsável pela reestruturação do grupo. Ele informa que cerca de 80% da dívida é com instituições financeiras e que a diretoria do grupo foi substituída por uma equipe de gestão da Corporate.

O endividamento teve início após a sucessão familiar do grupo e foi agravado com a crise financeira de 2008. Como efetuavam grandes operações com derivativos cambiais, as companhias formaram um grande passivo financeiro. «A carteira de pedidos não foi prejudicada. Se não tomasse a medida da recuperação, poderia ter ruptura desse processo produtivo», afirmou Paiva.

O faturamento da Pagé alcançou cerca de R$ 180 milhões em 2011 e o da Angelgres, entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões, segundo Marconi Leonardo Pascoali, sócio-diretor que divide com a irmã o comando das empresas. «Essa recuperação vai ser mais rápida do que a gente esperava, pois continuamos vendendo», afirma, referindo-se aos mercados aquecidos de silos e de cerâmica.