A Terceira Revolução Industrial

O economista americano Jeremy Rifkin é um dos pensadores mais influentes da atualidade. Há alguns anos, Rifkin se propôs a demonstrar que era viável colocar as diversas fontes de energia renovável no centro da matriz energética mundial. O assunto evoluiu e foi transformado em livro, A Terceira Revolução Industrial, que chega às livrarias brasileiras neste mês. Recentemente, a Revista Exame publicou uma reportagem que resume o pensamento do autor, que eu compartilho com os leitores neste artigo.

No livro, o autor propõe que todos os prédios — residenciais ou comerciais — podem ser transformados em pequenas usinas de energia. Ele prega a transformação dos prédios em miniusinas verdes, com painéis fotovoltaicos no teto, aerogeradores nas laterais e conversores de lixo em biomassa. A Alemanha, que é o motor econômico da Europa, já converteu milhares de prédios em usinas parciais. Com incentivos adequados, milhões de prédios no mundo todo poderão, em um futuro próximo, gerar e estocar energia elétrica — e já há meios para isso — usando um software para vender o excedente. A Alemanha já está testando uma rede elétrica inteligente em seis regiões do País.

Afirma Rifkin que todas as grandes montadoras terão veículos elétricos até 2015. No futuro, os carros elétricos poderão ser abastecidos, em qualquer rua de qualquer cidade, num desses edifícios que geram e armazenam energia. Segundo ele o petróleo deverá ser preservado para fabricar lubrificantes, alguns processos químicos, produtos farmacêuticos, materiais de construção, fibras sintéticas e uma série de outros produtos onde ele é imprescindível.

Segundo reportagem publicada na revista Veja, o Brasil que é o 10º País do mundo em investimentos em energias renováveis e o 5º que mais investiu na geração de energia limpa, com 80% oriunda da hidroeletricidade, embora um milhão de brasileiros ainda não tenham acesso a essa facilidade, estaria habilitado para liderar a Terceira Revolução Industrial na América Latina. Seguindo a mesma linha de raciocínio, não seria exagero sugerir que o Estado do Amazonas, que é o campeão da preservação do ecossistema amazônico em seu território, assuma a dianteira desse processo no País.