10 mil famílias e empresas já faliram este ano

Todos os dias, 53 pessoas e empresas caem na falência. Estes casos dispararam 83% entre janeiro e junho deste ano. Um ritmo assustador que atirou quase 10 mil famílias e empresas para a insolvência na primeira metade de 2012. Deram entrada na justiça, em pormenor, 9.637 processos.

Este balanço do Instituto do Informador Comercial, e que vem citado na edição desta terça-feira do jornal «Público», revela que se trara do maior aumento dos últimos cinco anos.

As falências das famílias pesam já 65% nestas estatísticas negras. Foram as que mais aumentaram. O número de singulares empurrados para a insolvência mais do que duplicou no primeiro semestre, para um total de 6.228.

No mesmo período do ano passado, o número foi substancialmente inferior (3.102 processos). Então quando comparado com 2008, ano em que houve apenas 408 casos, a diferença é ainda mais gritante. Agora, a cada dia que passa, 34 pessoas caem no abismo.

Quanto às empresas, registaram-se 3.409 falências, a um ritmo de 19 por dia. Ou seja, mais 57% face a 2011. E, em comparação com 2006, a subida é de 154%.

O setor mais crítico é o imobiliário (609 processos), seguido do comércio a retalho (467). Comércio por grosso (427), sem ter em conta a venda de automóveis, construção (222) e restauração (192) vêm a seguir. Por regiões, o Norte do país é o que tem contabilizado os números mais negros.

Reflexos da crise, do desemprego, do endividamento. A insolvência é tida como a única saída para cada vez mais famílias e empresas portuguesas. Muitas vezes consegue-se um perdão de dívida por parte dos credores.

O Governo tem em marcha, desde o passado dia 21 de maio, o programa Revitalizar, destinado precisamente a recuperar negócios com dificuldades financeiras, mas com potencial para singrar no mercado. Um programa que conta, até à data, com 28 empresas.