Desde janeiro, todos os dias 18 empresas abriram falência

Desde o início do ano até este domingo foram registados 2769 pedidos de insolvência. Segundo as contas do Público, assistimos a uma média de 18 insolvências por dia. O distrito do Porto continua a ser líder nesta contabilidade, segundo os dados do Instituto Informador Comercial.

Os dados são atualizados todos os dias por aquele instituto. O que parece inegável é que o ritmo de destruição de empresas acelerou em comparação com os dois últimos anos. Por esta altura em 2010 havia 1752 registos, em 2011 eram 1863 e no presente ano este valor aumentou 48 por cento.

Em valor absoluto, o distrito do Porto lidera esta contabilidade, como já sucedia no passado, com 650 empresas em insolvência (contra 463 em 2011 e 334 em 2010), mas a variação em percentagem indica que é o distrito da Guarda onde o ritmo mais acelerou: os 33 pedidos registados até agora correspondem a um aumento de 175 por cento face aos 12 pedidos de 2011, ano em que havia uma variação nula face a 2010.

Por sectores de atividade, o têxtil, o imobiliário, o comércio a retalho e de automóveis, a reparação de computadores e bens domésticos e as atividades de apoio social com alojamento são os que apresentam uma variação mais acentuada. Em valor absoluto, os sectores mais atingidos são o imobiliário e a venda de automóveis.

Esta informação, explica o instituto, “resulta do processamento diário de todos os anúncios de Acção de Insolvência publicados em Diário de República”.

Segundo dados do Diário Económico de Abril, logo no conjunto dos três primeiros meses do ano houve um aumento de 51,5 por cento nas falências – a cada dia, 26 empresas fecharam as portas. As falências de restaurantes lideravam e disparam 143 por cento, no primeiro trimestre deste ano. No total, houve um aumento de 51,5 por cento das falências de empresas nos vários setores.

A situação na restauração não vislumbra melhoras para breve. As razões apontadas são várias e não surpreendem: como as medidas de austeridade, a quebra no consumo das famílias e o aumento do IVA justificam o forte agravamento das insolvências ao nível da restauração.